Iniciativa teve apoio da Prefeitura e já passou por ONGs, parques e ruas da capital
A menina dos olhos de qualquer empreendedor social é dar vida longa aos seus projetos. Hoje, o estudante de Rádio e TV Gustavo Moraes, 20, comemora a realização de iniciativas que ajudou a estruturar com base no fator que considera como o primeiro passo da criação: o método científico.
Segundo Gustavo, a metodologia forneceu subsídios para o desenvolvimento de pesquisas. Desde a estruturação lógica dos objetivos e redação do texto até a submissão para publicação ou tratar assuntos de ordem financeira. “Vem me ajudando muito. Utilizo a disciplina em todos os projetos que tenho em mente”, explica.
Envolvido em empreendimentos sociais desde os nove anos, Gustavo sempre participou de atividades artístico-culturais como escolas de futebol, aulas de violão e cantigas de roda. Em 2012, entrou para um projeto do Itaú Social e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC) no Lar Maria e Sininha, que oferece diariamente oficinas culturais e educacionais de capoeira, informática, produção textual, teatro, dança e percussão.
Com a ajuda de um amigo, o estudante escreveu o projeto “Sarau Arte”, que reúne literatura, poesia, dança, música, leitura de livros e rodas de conversa. A iniciativa foi aprovada pelo banco Itaú, que ofereceu uma verba de dois mil reais. A partir do desenvolvimento do espaço, Gustavo conheceu o “Mascate Cineclube”, coletivo que leva cinema 3D para a Zona Sul de São Paulo.
O “Mascate”, nome originado da alcunha para aqueles que não têm emprego fixo e vivem, segundo o estudante, “ali, lá e acolá”, roda há dez anos por comunidades da capital, e ganhou patrocínio da Prefeitura com a escrita do projeto pelo edital Valorização de Iniciativas Culturais (VAI). O apoio é de 60 mil reais.
No mesmo ano, o “Sarau” e o “Cineclube” se uniram e mesclaram poesia e cinema. A junção também foi pensada pelo método científico. “Elaborar o projeto do ‘Sarau Arte’ foi muito difícil. Na época, não tinha noção nenhuma sobre metodologia. Já o ‘Mascate’ foi mais fácil. Fomos adaptando alguns pontos”, diz Gustavo.
Para se inspirar
Atualmente, a equipe do “Mascate” conta com 14 membros. Integrante do setor de filmagens e comunicação, Gustavo destaca que toda ajuda é bem-vinda. “Estamos abertos para qualquer pessoa que tiver alguma identificação com o projeto ou também queira ajudar financeiramente”, afirma.
Entre participações em ONGs, nas ruas e em parques, o estudante diz que a primeira exibição 3D foi uma das experiências mais marcantes do projeto. “Ver as reações de algumas crianças experimentando a tecnologia pela primeira vez foi demais. Vai ser uma cena que nunca vou esquecer na minha vida”, pondera.
Gustavo, que pretende alavancar o projeto e levar cultura a outras regiões de São Paulo, dá a dica para quem tem o mesmo objetivo: “Acredite e não desista. No começo é difícil, você vai enfrentar muita resistência, mas quando você vê tudo funcionando é muito gratificante”.
MASCATE 3D
Sarau e exibição de filme
Contato: [email protected]
mascatecineclube.wordpress.com
Patrocínio: Prefeitura de São Paulo – Valorização de Iniciativas Culturais (VAI)
Apoio Cultural: Jardim Míriam Arte Clube e Cavalo Marinho audiovisualSARAU ARTE
Literatura, poesia, dança, música, leitura de livros e rodas de conversa.Contato: Fanpage: Sarau Arte
Patrocínio: Banco Itaú
PREFEITURA DE SÃO PAULO – VALORIZAÇÃO DE INICIATIVAS CULTURAIS (VAI)
Modalidades do programa:
VAI 1
Para projetos de grupos e coletivos compostos por pessoas físicas, prioritariamente de baixa renda, com idade entre 18 e 29 anos, que precisem de até R$ 30 mil para financiar um projeto.
VAI 2
Destina até R$ 60 mil para coletivos também compostos por pessoas físicas, mas sem limite máximo de idade, desde que o grupo já tenha histórico de pelo menos dois anos em edições anteriores do programa.
Nas duas modalidades, cada proponente ou grupo poderá ter somente um projeto selecionado.
Podem se candidatar: As ações culturais ligadas a música, artes visuais, artes plásticas, audiovisual, performance, teatro, dança, moda, circo, hip hop, produção de shows, literatura e artesanato.
Avaliação: Os projetos inscritos são selecionados por duas comissões avaliadoras, uma para cada modalidade. Cada uma delas será nomeada pelo secretário municipal de Cultura e composta por, no mínimo 10 e, no máximo, 16 membros titulares, sendo 50% representantes do Executivo e 50% representantes de entidades ou movimentos culturais da sociedade civil.
Critério de seleção: As comissões selecionam projetos analisando a clareza e a coerência, a adequação do orçamento à ação proposta e a adequação aos objetivos do programa, como a capacidade de fortalecer e ampliar circuitos e redes.