Resumo: Este trabalho tem como temática principal a análise das possíveis punições institucionalizadas para a negritude feminina no Brasil e seus fatores e possibilidades de reexistências, aqui apresentadas em seu caráter polissêmico e de neologismo pragmático, quando aborda a reinvenção e resistência ao status quo da sociedade brasileira. Apresenta como foco de análise os mecanismos de poder propostos por Michel Foucault, filósofo francês, que irá nos permitir compreender a construção da sociedade brasileira a partir das relações de poder. Propomos três variáveis, sob a luz de Angela Davis, que irá estruturar este trabalho, quais sejam: gênero, raça e classe – uma relação interseccional. Descreveremos e exploraremos filosoficamente três temáticas: 1. Os mecanismos de poder e sua trajetória histórica, política e jurídica sob a categoria poder e estado; 2. A violência institucionalizada, com enfoque de raça e gênero, a partir de uma construção histórica e crítica, que nos permitirá compreender a construção da população negra no Brasil; 3. A construção da identidade da mulher negra na sociedade brasileira, a negritude feminina no cenário contemporâneo, as problemáticas punitivas de uma construção social racista e machista na sociedade brasileira, a existência de quatro elementos que cumprem a função política em combate as opressões e, a reexistência da negritude feminina brasileira sob a ótica da corporalidade a fim de concluir que relações de poder possibilitam atos de resistência. Ao tratar dessas três temáticas, podemos concluir o objetivo de ressaltar que as relações de poder, seus efeitos e a produção de verdades institucionalizadas trazem diariamente as punições para todos os âmbitos da vida das mulheres negras na sociedade contemporânea no Brasil. Não obstante, como resposta, a população negra, sobretudo as mulheres, a partir da consciência política sobre identidade de raça, gênero e classe encontram meios de sobressair a uma lógica perversa, de uma microfísica do poder de aparelhos e instituições que historicamente colaboraram para as punições funcionarem de modo institucionalizado.
Palavras-chave: Mecanismos de poder; Interseccional; Punições institucionalizadas; Mulheres negras brasileiras.