Reunida a meninada, estudantes do 2° semestre de Filosofia, Rádio TV e Internet (RTVI) e Relações Públicas (RP) da FAPCOM, na disciplina Laboratório de Redação e Leitura, a proposta foi a de recortar 15 palavras extraídas de pedaços do jornal disponível gratuitamente no Metrô de São Paulo no dia 25/10.
Foram escolhidos seis nomes de Estações de Metrô, entre Sé e Ana Rosa. Tendo os grupos se estabelecido, cada um ganhou como mote o nome de uma das estações do percurso Sé, Liberdade, São Joaquim, Vergueiro, Paraíso e Ana Rosa. Do jornal, deveriam extrair palavras que contassem sobre a experiência do grupo com o ambiente da estação de Metrô indicada, ou que contassem sobre o que quisessem inspirados pela palavra-estação-tema. “Enquanto produzia o texto percebi que apesar do caos, confusão, muvuca e desordem, São Paulo, para mim é a verdadeira cidade maravilhosa. Amo esse lugar e não trocaria por nenhum outro!” acrescentou Ana Rodrigues, aluna do 2° semestre RTVI da FAPCOM.
A proposta nasceu dentro do contexto da disciplina “Laboratório de Redação e Leitura”. Como o próprio nome da disciplina sugere, “laboratório” é onde se experimenta fenômenos, no caso, minha base experimental é a linguagem. “Não me importa se a linguagem é escrita ou visual, o que importa é a linguagem enquanto sistematização comunicativa ou estética. Sendo linguagem ordenação de signos e de formas, ela é sujeita à leituras, a modos de operacionalização, de reformulações”, explica o professor Elinaldo Meira.
A ideia partiu do conteúdo programático da disciplina, no caso das formas nominais (quando há pouco ou quase nenhum uso de verbos) e de algumas pistas sugeridas pelo texto “Circuito Fechado” do Ricardo Ramos. Estes foram os pontos de partida, o resto foi dado pelo dia a dia, adotando São Paulo como plano de fundo.
Como o professor lida com a fotografia enquanto arte, levou para a sala monóculos, outrora tão vivos nas fotografias de família, produziu as fotos em aula, propôs a ideia do varal e, por iniciativa dos alunos, os prendedores usados no varal foram pintados. “Monóculos/estação/cordão, brincar com as palavras e deixar a sensação que podemos ir mais além. O professor mostrou-nos o quanto a língua portuguesa pode ser flexível e palpável, experiência gratificante”, conta Juliana Beccari, aluna do 2° semestre de Filosofia na FAPCOM.
A experiência configura-se enquanto uma prática de produção textual alternativa, reflexiva e imagética. “Foi uma atividade diferente e que, mesmo com simplicidade, ajudou a refletir sobre a sociedade”, explica Isadora Pacheco, aluna do 2° semestre RTVI.
Em resumo, duas foram as experiências deste laboratório: experiência 1 – produção de texto a partir das experiências envolvendo lugar, espaço. Resultado: prática gráfica, leiaute, montagem, significação, linearidade e iconicidade; experiência 2 (com os monóculos) – aprendizado com imprevisibilidade do signo, já que as palavras recortadas do jornal tendem a formar textos não lineares, casuais, reordenados conforme movimentação do monóculo. Resultado: plurissignificação, revelação do texto em contato com o olho.
“Eu gostei muito da aula em que fizemos a exposição com os monóculos, a aula foi bem dinâmica e produtiva, todos do grupo estavam envolvidos na atividade. Na verdade, é a primeira vez que fiz um monóculo, gostei da experiência e podíamos repetir isso mais vezes!”, destaca Thaís Kawabe, aluna do 2º semestre de RP.
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