Juliana Oliveira
Alice Howland (Julianne Moore) é uma professora de linguística, inteligente e bem sucedida em sua carreira. Com hábitos saudáveis, inquestionável conhecimento, marido e filhos começa a ter lapsos de memórias, recebendo o diagnóstico de Alzheimer, precocemente, aos 50 anos. Alice começa a questionar o sentido vida e se preparar para perder todas as suas conquistas, tanto profissionais como pessoais, lidando, também, com o fato de que ela nunca mais seria ela mesma.
Após o diagnóstico, as crises começam a piorar, assim como a mudança de humor e o esquecimento de coisas importantes, como o nome e rosto de sua filha, Lydia (Kristen Stewart). Palavras fáceis e até o caminho de casa passam a desaparecem de sua memória. O progresso da degeneração e o desgaste emocional acompanham-na nessa jornada pela luta de recuperação por algo que não tem mais volta.
Lydia (Kristen Stewart) e Alice (Julianne Moore)
As perdas de Alice ficam mais presentes em sua vida e, em determinado momento do filme, o Dr. Benjamin (Stephen Kunken) diz que pessoas com uma maior capacidade intelectual tendem a perder a cognição mais rápido, por conta de desvios e conexões criadas, como uma espécie de camuflagem para a doença.
O filme mostra como a doença é injusta (recomendo o livro, explica bastante cada fase do Alzheimer). A pessoa regrede a um estágio em que nem ela se reconhece mais. Fica estagnada, analisando o que acontece ao seu redor, às vezes sem entender. Perde as lembranças de tudo o que havia visto, ouvido ou sentido.
Alguns fatores que me chamaram atenção no filme:
O período temporal deixa as situações juntarem-se sozinha: a aparência de Alice, assim como a gravidez de sua outra filha, Anna (Kate Bosworth), mostra essa passagem de tempo sem uma precisão se a doença durou meses ou anos. Outra coisa foi a simplicidade usada para as filmagens, não há movimentação drástica de câmeras. Além disso, Julianne Moore (♥) dá uma aula de atuação como Alice – e o #Oscar2015 não deixou isso despercebido, dando à atriz o prêmio pelo longa.
Claro que, por ser uma adaptação do romance de Lisa Genova, teve suas limitações. Também, há momentos realmente emocionantes, principalmente com Alice mostrando o drama do Alzheimer e como ele afeta a todos, deixando-nos o exemplo de como nós podemos lidar com a dor e perda de quem amamos, como a vida é passageira e que pequenos detalhes podem mudá-la drasticamente.
*O filme já está disponível na Netflix.
Confira o trailer: