Por Rafael Bittencourt, aluno de Jornalismo da FACOM – Faculdade Paulus de Comunicação, com edição da Profa. Lilian Crepaldi.
No mundo da era digital, a forma de consumir músicas, filmes, jornais e livros se transformou. Os downloads, plataformas de streaming e e-books estão cada vez mais acessíveis, facilitando a vida dos usuários. Em torno dessa demanda, criou-se um mercado voltado para os usuários dos e-book, ou livros digitais.
Segundo Antônio Hermida, editor de mídias digitais da editora SESI/SENAI-SP, esse mercado está em expansão. “Até poucos anos, havia um alarde, uma sirene de perigo, que vaticinava um ‘boom do digital’ e ‘o fim do papel’, das editoras e das livrarias. Bem, esse boom não aconteceu. No entanto, apesar das quedas de receita das editoras, os digitais não apresentaram queda de faturamento. Acredito que o faturamento do livro digital é um faturamento honesto, real para o mercado, porque não depende de grandes compras governamentais”, conta.
Os livros digitais trouxeram também uma facilidade no acesso de diversos livros, não só de livros de ficção, mas também livros acadêmicos, que em suas versões físicas custam caro.
Foi assim que o estudante Gustavo Duarte estudou para o Enem e entrou na Universidade Federal do ABC. “Quando eu comecei a estudar para vestibular, minha ideia era passar no ITA. Quando pesquisei sobre o preparo para essa prova, encontrei tutoriais que indicavam dezenas de livros de matemática, física, química”, conta. “Alguns dos livros não eram muito comuns de achar na biblioteca e as duas saídas eram comprar digital. Foi aí que eu comecei a vasculhar a internet em busca de material. Minha rotina de estudos foi baseada nisso: o livro aberto no computador, caderno e canetas em mãos para fazer anotações e exercícios. Provavelmente sem esses livros digitais eu nem teria começado a estudar, ou teria um preparo de menor qualidade, pois os livros que eu tinha acesso não tinham uma teoria/exercícios adequados para o ITA”, continua.
Já a estudante de letras da USP, Maria Adélia Campos, fala da dificuldade de leitura no Brasil e ressalta como os e-books podem ajudar na educação. “A leitura sempre foi uma coisa complicada aqui no Brasil, temos índices bem baixos de leitura. Os preços dos livros desmotivam também, então esses pontos sempre foram complicadores. As questões dos e-books trazem um complicador a menos. Os celulares se tornaram acessíveis para uma boa parte da população, sendo assim, a tecnologia dos livros digitais também”, afirma.