Fernanda Iarossi
Sueli Melo, formada em Jornalismo em 2014, é uma das autoras de antologia paulista de Poesia Contemporânea. Confira o relato da ex-aluna:
Entre os mais de 200 poemas reunidos em “Além da Terra, Além do Céu”, antologia paulista de Poesia Contemporânea lançado pela Chiaro Editora, está Sueli Melo, jornalista formada pela FAPCOM em 2014.
A obra reúne poemas escritos em língua portuguesa por autores nascidos no estado de São Paulo e foi lançada em novembro deste ano.
Sueli também é autora do livro-reportagem “Entre os mortos: narrativas de profissionais que trabalham com cadáveres”, que relata o cotidiano de tanatopraxistas, promotores de funerais, sepultadores e médicos legistas, resultado de projeto de conclusão de curso, orientado pelo professor Wagner Belmonte, em parceria com os colegas Josilene Rocha, Mariane de Oliveira Mansuido e Tiago Vicente Rodrigues Melo. O livro foi finalista do Prêmio Expocom – Intercom Sudeste 2015 na categoria livro-reportagem avulso.
Confira o depoimento da ex-aluna:
“Como já tinha sugerido um poema para o blog da editora tempos atrás (sem sucesso), recebi, em julho, um e-mail me convidando para participar da Antologia de Poesia Contemporânea `Além da Terra, Além do Céu´. O poema passaria pela análise do antólogo Gonçalo Martins, responsável pela seleção dos escritos. Fiquei super feliz quando recebi a notícia de que o meu tinha sido selecionado porque sempre quis ter um poema publicado em livro”.
O título da obra é uma homenagem ao grande Carlos Drummond de Andrade, pelo seu lindo poema. Aqui, o poema completo que faz parte do livro:
Asas do tempo
Ah, que saudades sinto de lá!
Daquelas flores, daquelas tardes,
daquelas manhãs tão doces.
Da minha mãe, do fogão de lenha,
da chuva caindo sobre a telha,
do cheiro de terra molhada,
do arco-íris surgindo depois.
Ah, meu Deus, que saudades!
Do outono, das noites estreladas.
Das fontes de águas cristalinas,
das vitórias-régias, das cigarras,
da grama verde em frente de casa,
das paisagens que só têm em Minas,
dos meus sonhos de menina.
Ah, que saudades!
Das noites de São João,
do meu pai, dos meus irmãos,
da roupa nova, das fogueiras,
das brincadeiras nas mangueiras.
Do galho que balançava a criançada.
Ah, que saudades!
De um tempo que se foi,
mas que não sai do meu coração.
Minha infância querida,
minhas lembranças.
Minha vida.