Elvis Presley Ramos, aluno de Filosofia
Aconteceu na manhã de sábado, dia 07 de novembro de 2015, na FAPCOM, a primeira sessão de Filocine para alunos e convidados.
O Filocine é uma atividade pedagógica, que visa discutir questões filosóficas por meio de temáticas apresentadas no cinema, aproximando, por uma abordagem didática, a linguagem cinematográfica dos temas de interesse da Filosofia, sobretudo na reflexão do contemporâneo e suas inflexões na cultura.
Além da presença dos(as) professores(as) Leslye Revely, Lilian Crepaldi, Márcia Carvalho e Tiago Casado, responsáveis pelo projeto juntamente com Luiz Geraldo Benetton; do professor Domingos Zamagna, do coordenador Luis Paulo, e do professor e mediador Décio Forni, tivemos a sala lotada de alunos interessados na oportunidade de participar do debate.
O filme apresentado nesse dia foi o longa metragem Homens, Mulheres e Filhos. No filme, adultos, adolescentes e crianças amam, sofrem, se relacionam e compartilham tudo, sempre conectados.
A internet é onipresente e, nesta grande rede em que o mundo se transformou, as ideias de sociedade e interação social ganham um novo significado.
Algumas situações como um casal que não tem intimidade, uma garota que quer ser uma anoréxica melhor e um adolescente que vive em num mundo de pornografia virtual fazem o expectador repensar as relações humanas.
Décio Forni, Doutor em comunicação e semiótica pela PUC/SP, e também professor desta instituição, após término do filme iniciou o debate partindo das seguintes questões:
Qual o custo do virtual?
Como usufruir do universo digital e das tecnologias de informação e comunicação, diante das relações interpessoais humanas?
Podemos entender a relevância dessas perguntas, a partir do momento em que nos permitimos refletir criticamente sobre nossa relação com a tecnologia da informação e comunicação, presentes e diluídas no nosso dia a dia.
Segundo o filósofo, sociólogo e autor, Zigmunt Bauman, vivemos o período histórico da modernidade líquida, que, como categoria sociológica, é uma figura de mudança e transitoriedade, da desregulamentação e liberalização dos mercados.
A metáfora da proposta de liquidez de Bauman também tenta explicar a precariedade dos vínculos humanos em uma sociedade individualista e privatizada, marcada pelo caráter transitório e volátil de seus relacionamentos.
O amor se torna flutuante, sem responsabilidade para o outro, ele é reduzido para a ligação sem rosto que oferece a Web. Momento esse de completa subjetividade calcada na fotografia da realidade e vivida no universo digital.
Nesse momento, segundo Bauman: “Fugindo da solidão, você deixa escapar a chance da solitude: dessa sublime condição na qual a pessoa pode “juntar pensamentos”, ponderar, refletir sobre eles, criar e, assim, dar sentido e substância à comunicação. Mas quem nunca saboreou o gosto da solitude, talvez nunca venha a saber o que deixou escapar, jogou fora e perdeu.”
Durante essa prática pedagógica, outras perguntas foram levantadas pelos participantes do evento, como por exemplo:
Como orientar os estudantes sobre o uso da tecnologia?
Até que ponto conexão é desconexão? Ou quando a conexão se torna desconexão?
Diante dessas questões, eu pergunto a você, caro leitor(a), o que você pensa e pode nos dizer a respeito?
Aliás, você em algum momento pensou sobre isso?
Finalizo este artigo, informando que estão programadas para o próximo semestre novas sessões abertas a todo o público.
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