Por Wagner Belmonte e Fernanda Iarossi, profesores da FAPCOM
A mobilização via redes digitais envolve participação intermitente, não contínua, como em um videogame. O que explica o esvaziamento das manifestações nas ruas em 2014 ou 2015, a partir do movimento de 2013. Assim o professor Massimo Di Felice explicou aos alunos da FAPCOM sobre a diferença entre ativismo digital e ativismo político, durante a Aula Magna da instituição do primeiro semestre de 2015.
Felice, sociólogo pela Università degli Studi La Sapienza, doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), falou durante a aula que marcou oficialmente as boas-vindas aos alunos dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Filosofia, Rádio, TV e Internet, Produção Multimídia e Fotografia, realizada no dia 26 de fevereiro.
Fundador do Centro de Pesquisa ATOPOS e coordenador das pesquisas ‘Redes Digitais e Sustentabilidade’ e ‘Net-ativismo: ações colaborativas em redes digitais’, Felice destacou a complexidade do mundo e defendeu que o homem não deve mais visto e tratado como centro das atenções, já que “vivemos a Internet ecológica, com um novo tipo de ecologia: tudo e todos conectados. Homens, animais, a natureza, as coisas, tudo pode ser e produzir informação”. O especialista citou softwares, radares que enviam dados, produzem informações usadas nas mais diferentes áreas que servem para conectar indivíduos e a natureza.
Transformação de conexões
“Não vivemos uma transformação midiática e sim uma transformação de conexões”, completa o estudioso, ao comentar sobre o papel da mídia diante do avanço do mundo digital. O que indica, na visão dele, novas formas de interações em rede que geram uma cultura da conectividade entre homem, técnica e meio ambiente.