Em tempos de vacas magras, o diploma de Ensino Superior faz muita diferença para quem quer preservar o emprego e a renda.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo sobre o mercado de trabalho que revela: mesmo durante a crise, a população ocupada mais escolarizada permaneceu em crescimento, enquanto o desemprego avançou com mais intensidade sobre quem tem menos anos de estudo no currículo.
É bem verdade que 38% dos trabalhadores com diploma de nível superior acabaram sendo absorvidos para preencher vagas que exigem menos qualificação. Entre os jovens entre 24 e 35 anos, o percentual sobe para 44%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad). Contínua, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O que pode ser visto como algo ruim, demonstra que mais anos de estudo podem servir de blindagem quando a crise aperta. Repare que, se para quem tem diploma o efeito pode ser estar empregado com um salário menor, para quem não tem qualificação o destino é, sem dúvida, uma longa permanência nas estatísticas de desemprego. Em média, o trabalhador tem levado 14 meses para voltar a trabalhar, mas não são raros os casos de quem passa mais de dois anos em busca de recolocação.
Ao mesmo tempo que esse fenômeno ocorre, é percebido também que vem crescendo a proporção de profissionais com nível superior que atuam por conta própria ou são empregadores. No primeiro caso, são 14,1% e no segundo representam 10,3%
A divulgação do estudo pelo Ipea ocorreu ao mesmo tempo em que, no Quero Bolsa, levantamos a lista de profissões que mais abriram postos de trabalho em 2018 para quem fez graduação.
Analisamos os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e constatamos que entre as 5 profissões que mais contrataram no período avaliado, três não exigiam curso universitário, mas foram preenchidas por profissionais diplomados.
A empregabilidade gerada pela formação universitária vem acompanhada de uma diferença salarial brutal quando comparada aos demais níveis de escolaridade. Enquanto o rendimento médio mensal de um profissional que concluiu a faculdade e trabalha na área para a qual se formou é de mais de R$ 5 mil reais, para quem tem apenas o ensino médio não chega a R$ 2 mil reais. Trabalhadores sem instrução ganham menos de 900 reais por mês.
Portanto, levando em conta apenas aspectos econômicos e de empregabilidade, fazer faculdade é um importante investimento para a vida. Mesmo quando a economia para de crescer, ou cresce a passos lentos, quem tem formação universitária consegue uma recolocação mais rápida, se mantém em atividade, preserva sua renda e evita sofrimento.