por Gabriela Rodrigues (aluna de Jornalismo)
Em meio ao alto índice de desemprego no país, famílias buscam renda com o mercado vegano
Ao fazer compras é perceptível o aumento de produtos veganos (que não possuem procedência animal em seus componentes) nas prateleiras. Isso se deve à preocupação com o meio ambiente e a exploração animal, além do cuidado com a própria saúde, já que muitos itens presentes nos mercados tradicionais usam ingredientes de origem animal.
Mas o comércio vegano também auxilia produtores autônomos, como é o caso da bióloga Ursula Fernandes, 44, fabricante artesanal de cosméticos veganos, como sabonetes, shampoos e cremes. Ursula desenvolveu cosméticos à base de vegetais, plantas e óleos essenciais, que, ao entrarem em contato com a água do banho, causam a mínima degradação possível.
Já Camila Gregório, 23, aproveitou a onda de produtos naturais sem exploração animal para fundar a empresa Navego, produtora de hambúrgueres, bolos, leites vegetais e itens de festa. “Eu queria trabalhar com alguma coisa em que eu me identificasse”, diz Camila, que também é vegana. Ela conta que era muito difícil conseguir comprar comida sem ingredientes vindos de animais no bairro onde mora na Zona Norte de São Paulo. Com a ajuda do marido, ela criou novos sabores sem procedência animal e, após dois anos de negócios, vive com 100% da renda do comércio desses alimentos.
A nutricionista Mariane Marques, 28, após frequentar a Verdurada (evento de shows de bandas hardcore punk e palestras sobre assuntos políticos), começou a se interessar pela vida vegana e entrou para o ramo nutricional. Ela atende diariamente pessoas que estão em transição para se tornarem vegetarianas e veganas.
Para o consumidor também ficou mais fácil. Ariel Alves, 18, é vegana há quatro anos e diz que percebeu o aumento de opções veganas nas prateleiras, mas que vê a grande diferença de preços. Os produtos sem procedência animal possuem valor mais elevado do que os comuns.
O veganismo vai além de um modo de alimentação. Ele ajuda na renda de muitas famílias, que também conquistam autonomia para criar seus próprios meios de produção e se expandem conforme o mercado ganha espaço, tendo possibilidades de inovar e transformar os meios em que vivem.