por Tayna Vismari, aluna do 6º. sem. de Jornalismo
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Confira pesquisa que abordou os perigos dos boatos e mentiras espalhados especialmente no mundo digital
Cada dia mais há a veiculação em massa de notícias sem checagem dos fatos e das fontes via internet, e isso tem causado grandes impactos negativos na sociedade, visto que muitas pessoas não sabem discernir a realidade de boatos ou mentiras.
Com as chamadas Fake News em alta no mundo digital, o trabalho dos jornalistas ao produzir matérias significativas tem sido prejudicado, pois acabam competindo com os boatos e matérias sensacionalistas, que distorcem acontecimentos e propagam ideias errôneas.
Segundo pesquisa do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, as redes sociais são a maior fonte de notícias para os brasileiros. E isso só aumenta: em 2013, o percentual de pessoas que usavam as redes sociais como fonte de notícias era de 47%; em 2016, passou para 72%. Com isso, é nítido que quanto maior for a veiculação de um fato sem checagem, maior o número de pessoas atingidas, podendo acarretar prejuízos morais/sociais/financeiros, etc.
Os grandes veículos de comunicação, como jornal O Globo, revista Época, jornal Extra, jornal Valor Econômico e rádio CBN, têm feito campanhas para alertar a população sobre os cuidados que se deve ter com as Fake News, porque, em 2018, pode-se dizer que a internet ganhou o título em circulação de notícias falsas pelo mundo.
No Brasil, infelizmente, não é diferente: um exemplo foi o caso da vereadora Marielle Franco – após ter sido executada no Rio de Janeiro -, espalharam boatos vinculando seu nome como esposa de um traficante do Comando Vermelho a fim de desqualificar sua imagem justificando sua morte como um acontecimento “bom” para o país.
Fonte: Pragmatismo Político
Segundo levantamento feito pela Psafe DFNDR, aplicativo de segurança para Android, 8,8 milhões de brasileiros foram impactados com Fake News em três meses em 2018 e 95,7% das notícias falsas foram disseminadas pelo Whatsapp.
O século XXI é o século da tecnologia e, por conta disso, o número de acessos na internet tem crescido muito a cada dia. Assim há necessidade de se ter alfabetização digital, “Dificilmente conseguiremos uma mudança cultural sem passar pela educação de massa da sociedade”, afirma a editora executiva da agência de checagem “Aos Fatos”, Tai Nalon, dando destaque para importância da criação de políticas públicas com foco na análise crítica da mídia, em entrevista ao Estadão.
No Brasil, 116 milhões de pessoas acima de 10 anos acessam a internet, quantia que equivale a 64,7% (SAIBA MAIS) da população brasileira, de acordo com pesquisa realizada pelo IBGE em 2016. Agora imagine se cada uma dessas pessoas compartilhasse uma Fake News – o impacto que causaria na vida das pessoas? Vale resgatar um caso de 2014, quando acusaram falsamente uma mulher de matar crianças para fazer magia negra no Guarujá (SP), e após a circulação das notícias sem checagem, espancaram-a em praça pública até a morte (imagens fortes).
O tema Fake News tem sido muito discutido ultimamente nas escolas e faculdades, gerando debates, rodas de conversas, entre outros acerca do assunto visto que os jovens são os maiores disseminadores de notícias na internet porque vivem sempre conectados. Então, é preciso que se tome muito cuidado com o que lê, acredita, repassa e comenta para não ser vítima desse mal que habita a internet.
A Federação Internacional das Associações e Instituições de Bibliotecária (IFLA) publicou um diagrama com dicas para ajudar as pessoas a identificarem notícias falsas:
Já ouviu o ditado “A voz do povo é a voz de Deus”? Pois bem, considerando que um fato mentiroso (mas bem contado) repassado vira verdade aos ouvidos de quem ouve, os alunos da PUC-SP Renê Eduardo Arruda e Thiago Tadeu Ribeiro da Silva desenvolveram a pesquisa baseada em grandes acontecimentos Fake News que geraram grande repercussão da mídia esse ano, como as eleições mexicanas via whatsapp, vídeo falso que causou linchamento de inocente na Índia, e no Brasil como as milhões de notícias falsas envolvendo Pabllo Vittar, e as divulgações falsas de influenciadores/patrocinadores da Adidas no Instagram e Facebook.
Os pesquisadores participaram do 1º Encontro de Grupos de Pesquisas na FAPCOM, no dia 21 de agosto. Com o tema: “O fenômeno Fake News. Redes, algoritmos e verdade”, alertaram sobre os riscos como difamação política, militar, social e ainda ressaltaram que a comunicação amadora acaba por tomar lugar do profissional já que todo mundo com acesso a internet pode escrever o que quiser.
Confira dando play abaixo: