Por Juliana Oliveira
Fico me perguntando: como seria se eu não enxergasse? Alguns minutos em que estou sem óculos já me incomodam pelo alto grau de miopia e astigmatismo. Como uso há muito tempo, é como se fosse parte de mim, mesmo com aquelas gotinhas infernais nas lentes em dias de chuva. Mas, para algumas pessoas, esses pequenos empecilhos não iriam incomodar de jeito nenhum.
Uma incrível iniciativa proporcionou às pessoas com deficiência visual a sensação de apreciarem a um filme no cinema. Muita delas já havia frequentado um, mas tinham receio de perguntar para a pessoa ao lado como era a cena e se ela poderia descrevê-la, ou apenas ficavam ouvindo os sons e tentando imaginar a cena. Pensando nisso, a rede de cinemas Cinépolis decidiu criar em uma sala 4DX uma experiência sensorial. Duas histórias que não necessitavam de imagens como no cinema comum foram narradas, criando uma intensa e divertida sensação para o grupo do Projeto Ver com as Mãos.
Foram necessários dois roteiros gravados em áudio, sendo sincronizados com a movimentação das cadeiras da sala, que dispunha também de jatos d’água, aromas e até ventiladores para dar uma maior perspectiva e fazer com que as pessoas pudessem imaginar e criar as próprias cenas. Dessa forma, mesmo sem enxergar, o público conseguiu apreciar um pouco do cinema, através das experiências sensoriais.
As sessões chamadas de “Cinemagine: cinema para imaginar” aconteceram no dia 25 de abril, nos cinemas de São Paulo, Curitiba, Salvador e Fortaleza.
Veja o vídeo do projeto: