por Thainá Agnelli, aluna de Jornalismo
Maus tratos, cuidados a domicílio e independência fazem parte da vida desses indivíduos
A intolerância e o abandono de idosos são situações recorrentes no cotidiano. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou-se preocupada em relação a esse grupo, após um estudo apontar que 60% da população mundial acha que os cidadãos acima de 60 anos são desrespeitados.
O Brasil tem mais de 207 milhões de habitantes. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), em 2015, do total da nação cerca de 29 milhões de pessoas eram da terceira idade.
Na Constituição Federal, há artigos destinados aos idosos, mas, é Estatuto do Idoso (Lei Federal nº 10.741 de 1º de outubro de 2003), que defende os direitos deles. Porém, conforme Mariana Pavck, investigadora da 1ª Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso (DEPI) de São Paulo, “as denúncias de maus tratos contra eles são as maiores incidências criminais”.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) o país possui 3.548 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Somente em São Paulo estão 1.543 asilos, onde vivem mais de 40 mil idosos segundo o levantamento de 2016 do Ministério Público do Estado.
Dona Josefa Francisca da Silva reside no Lar Frederico Ozanam, em Ribeirão Pires-SP há dois e três meses. “Eu morava sozinha, ficava dependendo dos outros e não gosto disso. Então, vim para cá”, revela.
Existem pessoas que optam por cuidar ou contratar um profissional para auxiliar seu familiar ao invés de colocá-lo em um abrigo.
Karine Santos é cuidadora há três anos. Para ela, “delicadeza, respeito e muita responsabilidade” são atitudes essenciais para um bom trabalho.
Claudete Braga decidiu cuidar de sua mãe quando a mesma estava com depressão. Dona Olívia Braga é grata por isso: “Eu dou graças a Deus. Se não fosse ela quem iria cuidar de mim?”, enfatiza.
“Cuidar de mamãe é tudo de bom, mas, requer amor, carinho, paciência e muita fortaleza” – Claudete Braga
Diferentemente dos idosos que vivem em asilos ou dependem de amparo há pessoas de idade que são independentes.
Isabel Feitosa é um exemplo. A senhora diz não gostar de sair, prefere ficar em casa. Mas, passa o tempo fazendo bolos, tricô e lendo.
“Já li a história de Santo Antônio, São Francisco, Santa Edwiges e o último foi a de Dom Bosco”, destaca Isabel
Luzia Adelina e José Delfino também são ativos. Passear é uma distração para eles. “Idoso não pode ficar dentro de ‘casa, precisa sair, conhecer gente”, aponta Luzia.
Em relação à experiência de vida, Seu José ressalta: “hoje, os adolescentes são formados por tecnologias. É preciso repassar para eles ensinamentos que nós, idosos, conquistamos no decorrer da vida”.
“De alma e de espírito eu sou nova” – Luzia Adelina