A história da jornalista que viveu por 45 dias entre palestinos no Líbano
Por Bruna Martinez e Larissa Schoof
A jornalista brasileira Glenda Andrade contou sobre suas experiências no campo de refugiados palestinos Shatila, no Líbano, onde morou por 45 dias, durante palestra “A vida nos Campos de Refugiados – Do Cotidiano à Política” realizada no final de março na FAPCOM.
Glenda disse que escolheu o Líbano porque lá existem os campos mais antigos. O de Shatila, por exemplo, existe há sete décadas. A vontade de conhecer as pessoas e suas histórias a levou ao país que conta com 22 mil pessoas em 12 campos de refugiados, pois o território é visto como uma das rotas de fuga de um conflito que dura há anos, como a guerra na Síria. Ela relatou também que as pessoas de lá têm um discurso político muito intenso, devido à instabilidade política e social da região.
Foto: Flávia Pereira e Tabata de Sando Angelo
Outra curiosidade revelada pela jornalista foi que os palestinos nestes locais são divididos por regiões e cada uma tem suas proibições. Por exemplo, os da Líbia são proibidos de trabalhar e os da Síria precisam de uma documentação para se manter no país.
Glenda explicou que, apesar de serem refugiados (aqueles que, temendo perseguição por motivo de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, encontram-se fora do país de sua nacionalidade e que não podem ou, em virtude desse temor, não querem, valer-se da proteção desse país, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados), os palestinos sofrem porque não conseguem ter a cidadania garantida.
A jornalista, formada pela PUC-SP e mestre em Política Internacional pela The University of Manchester UK, participou, na sequência da palestra, de um bate-papo com os alunos dos cursos de Comunicação a convite do professor Wagner Belmonte, da FAPCOM, para compartilhar a experiência de vida e os desafios como profissional durante os 45 dias vivendo entre os refugiados.
Foto: Flávia Pereira e Tabata de Sando Angelo