Os meios de comunicação tiveram grande importância em movimentos nacionais recentes, como Diretas Já e o caras-pintadas
As manifestações que aconteceram em todo o Brasil no último mês despertaram a inevitável comparação com movimentos recentes em nossa história: o “Diretas Já”, em 1983 e 1984, e o movimento dos caras-pintadas, em 1992, que resultou no impeachment ao então presidente Fernando Collor de Melo.
Muito se pergunta sobre como os movimentos foram estimulados e organizados naquela época, visto que redes sociais, como o Facebook e o Twitter, não existiam. O ponto é que, na verdade, as redes sociais sempre existiram, só que formadas em outros meios de comunicação. O que verificamos nos tempos atuais é o uso das chamadas novas mídias, que articulam os encontros na web.
A campanha pelas “Diretas Já” atingiu todo o Brasil, no biênio 1983-1984, e visava a aprovação da Emenda Dante de Oliveira, que levaria ao fim da ditadura militar e restabeleceria eleições diretas para a Presidência da República. Ela foi idealizada e lançada pelo senador Teotônio Vilela no ano de 1983, no programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes. No movimento das “Diretas Já”, a participação de artistas e intelectuais, sobretudo músicos, era comum e motivava o povo. Já a Imprensa sofria censura, na ocasião, do presidente João Figueiredo, atitude visando a repressão dos movimentos.
Em 1992, denúncias de corrupção ao presidente Fernando Collor, somadas às suas medidas econômicas, acarretaram em um movimento estudantil que se espalhou pelo Brasil inteiro, chamado “caras-pintadas”: o nome faz jus aos rostos pintados com tinta verde e amarela. O estopim da investigação foi uma entrevista do irmão do presidente Fernando Collor à revista Veja em maio, que acusava o tesoureiro de Collor de corrupção. No mês seguinte, uma matéria na revista IstoÉ trazia um depoimento de Eriberto França, motorista da secretária do presidente, que forneceu mais informações reveladoras e colocou à prova a defesa de Collor. Assim, os movimentos tiveram grande repercussão na televisão e em outros veículos de Imprensa.
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